a fada sem asas
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Todo o dia via-a passeando
pela praia. Era pequena. Seu corpo
pintado com as cores do arco-íris era suavemente acariciado pela brisa do mar.
Seus olhos verdes como a esmeralda fitavam o horizonte perdidamente. Seu rosto sempre
sério e sua boca fechada como uma linha rubra marcava seu semblante. Não
sorria. Seus passos se moviam em um ritmo automático, Não faziam barulho.
Poder-se-ia dizer que a transportavam sem movê-la. Era uma fada.
Mesmo
rodeada de gente, estava sempre só. Às vezes parecia falar com as pessoas, mas
não; estava sempre só. Às vezes uma lágrima lhe escapava do olhar distante. Era
uma lágrima multicolorida, como seu corpo.
Às
vezes se sentava na beira da praia e deixava que as ondas molhassem seus pés.
A
fada de pele multicolorida e de olhos esmeralda era uma fada especial. Não
tinha asas! Havia nascido sem elas e nunca havia podido voar. Ela se sentia
diferente das demais fadas. Mesmo nunca haverem dito nada sobre isso não podia
participar das atividades das fadas, nem tampouco brincava com as crianças da
praia, pois não se sentia como uma. Também não brincava com os duendes nem com as bruxas.
A história da fada multicor viajou o
mundo de boca em boca como as ondas do mar.
Sua história chegou aos ouvidos de um
mago que fez uma longa viagem até a praia em que vivia a fada. E aí a encontrou
com o olhar perdido no horizonte. O mago sentou-se a seu lado e falou:
__ Bom dia, sou o Mago Pipete.
Estou aqui para ajudá-la.
A
fada olhou o mago e dirigindo-se a ele disse:
__
Bom dia, mago, mas me permita perguntar: Como poderá me ajudar?
__Vou
ajudar você a voar. Disse o mago de forma simples.
A
fada, mesmo surpresa, achou graça na resposta do mago. Como iria ajudá-la a
voar se não tinha asas?
__
Já sei que não tem asas, disse o mago. Isso não é problema, pois vamos fazer suas
asas.
O
mago, então, num segundo tirou as medidas da fada. Sua altura e distância de um
braço a outro. Estudou as tonalidades de seu corpo, de seu cabelo da cor do mar
em noite de lua cheia e de seus olhos.
Em
poucos dias as asas da fada estavam prontas.
O
mago, ajudado por uma equipe de duendes coseu as asas nas costas da fada e cobriu-as
com bandagens brancas como o algodão.
A fada teve que esperar
vários dias para que as asas se fixassem, as feridas cicatrizassem e as
bandagens fossem tiradas.
Quando finalmente as asas
estavam firmes, seus movimentos eram atrapalhados e as asas não tinham força
para que ela pudesse voar.
A fada, muito cansada, começou a chorar e disse ao mago
que não queria aquelas asas. Disse-lhe que as asas eram feias, diferentes e que
faziam cair toda hora.
__ Agora que tens asas,
tens que deixar o tempo agir. Elas ficarão forte e aprenderás a voar _
disse-lhe o mago.
Passaram-se muitos meses,
mas a cada dia que passava todos podiam ver os esforços da fada que fazia
exercícios, praticava pequenos saltos e treinava vôos não muitos longos.
No início foram muitos os
tombos. Incontáveis quedas, joelhos ralados, cotovelos machucados, rosto sujo
de areia. Mas, pouco a pouco, a fada foi superando suas dificuldades e algo
mágico aconteceu.
A fada começou a voar e em
torno de suas asas se formava um belo arco-íris.
Através da leitura desse conto as
crianças compreenderão que muitas pessoas nascem ou são, por alguma razão,
diferentes. Precisamos saber como se
sentem essas pessoas. Saber também que hoje existem avanços na medicina e tecnológicos
que podem ajudar essas pessoas, mesmo sendo um processo longo. Saber que a
superação exige muito esforço, que poderá haver recaídas, mas com força de
vontade e perseverança as dificuldades serão ultrapassadas. Compreender que somos
diferentes, porém podemos conseguir as mesmas coisas.
Para isso podemos usar o seguinte
questionamento:
2) Como acreditas que ela se
sentia?
3) De acordo com a resposta da
questão anterior por que acreditas que ela se sentia assim?
4) Ela realmente estava
sozinha antes do mago aparecer?
5) O que o mago fez à fada?
6) O que se passou depois que
o mago coseu as asas da fada? Por que ela não podia voar no primeiro momento?
7) O que a fada teve que fazer
para poder voar?
8) Como crês que a fada se
sentiu quando voou a primeira vez?
Conto infantil: transplante de asas.
Objetivo: Compreender as
enfermidades, o impacto das diferenças físicas e o valor do esforço
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