sábado, 27 de fevereiro de 2016

EVITANDO O CASTIGO – Por quê?

EVITANDO O CASTIGO – Por quê?

             
   Tradicionalmente o castigo é empregado como método para corrigir a conduta inadequada de crianças com TDAH entretanto nem sempre apresenta o resultado que se deseja. 
                Do castigo espera-se uma ação que reprima a conduta inadequada, entretanto o que se percebe é uma ação reação que se intercala entre gritos, choros, reprimendas como num círculo bilateral entre quem pune e que é punido.
                Os castigos mais comuns aplicados pelos familiares nas crianças com TDAH são ficar trancadas no quarto, sem televisão, videogame, celular, internet, brincadeiras preferidas, sem sair, etc.
                Há de se lembrar que, por mais que os castigos suponham uma penalidade por uma conduta inadequada, na maioria das vezes se tornam totalmente ineficazes, pois não têm nenhuma relação com a conduta de crianças com TDAH. O              castigo quando só se origina pela má conduta, que não busca a real razão, origem dela, está fadado ao insucesso, pois não gera a reflexão sobre as consequências da conduta inadequada e também não faz com que a criança reflita na atitude tomada muitas vezes pela impulsividade, característica típica do TDAH. O castigo não corrige, só gera medo, estresse e falta de compreensão.
                Ainda refletindo sobre o valor corretivo do castigo podemos acreditar que pela sua insistência, a criança não aprende por ter convicção no castigo como inibidor das condutas impróprias, mas evita essas condutas por medo de reprimendas ou pelas penalizações que elas incorrem.
Por que devemos evitar o castigo? E nesse artigo ressalto o “evitar”.
              Quando alguém se vê a frente na árdua tarefa de educar uma criança, seu objetivo é que ela aprenda qual a maneira correta de proceder em determinadas situações, que sejam capazes de   distinguir o certo do errado, de serem verdadeiros aprendizes, não por intermédio do medo de reprimendas, mas por serem ouvintes e praticantes de nossas recomendações. Quando isso não acontece, na maioria das vezes se recorre ao castigo e, se quisermos mudar isso, devemos evitar o castigo usando estratégias, métodos e recursos que façam com que a criança reflita e aprenda a gestar e questionar-se sobre os resultados de suas condutas que levariam ao castigo.
Evitar os castigos repetitivos e sem sentido educativo em crianças com TDAH não é a melhor maneira de conseguir com que a criança compreenda que sua conduta considerada inapropriada é que o levou a determinada punição ou que aprenda a evitá-las. Devemos conscientizá-la de que o importante não é o que fez, mas o que deveria ter feito frente a situação que se impõe.
Então, no que sugere evitar o castigo na criança com TDAH?  Sugere centrar a atenção na criança e não no castigo. Centrar-se no processo da aprendizagem e do desenvolvimento e não na crítica por sua ação. Sugere utilizar-se de penalidades que envolvam aprendizagem e reflexão trocando o ambiente hostil por um ambiente de bem estar e de harmonia.
Que estratégias de vemos utilizar par evitar o castigo na criança com TDAH?
Primeiramente focar a atenção na conduta da criança frente a determinadas situações analisar e buscar sua origem. Em muitas ocasiões a conduta da criança está relacionada a uma situação que não foi bem resolvida e que se precisa ser diagnosticada e ser tratada...
O diálogo é importante quando conduz a reflexão que o mal está no que fez de errado, que está no que incomoda ao outro e nas atitudes que se espera que tenham, de forma consciente. Em muitas ocasiões discutimos com as crianças, mas não lhes oferecemos outras alternativas.
Finalizando, no lugar de castigos sem sentido, deve-se oportunizar que a criança corrija suas atitudes, tratando-se de aplicar uma sanção lógica frente à atitude. Assim, se a criança não quer estudar, tirar-lhe o celular, o computador, proibi-la de sair com os amigos não tem sentido lógico; o lógico é aplicar-lhe uma sanção que implique em estudar. 


Flavia Bartelli/psicopedagoga.

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