O COMPORTAMENTO DE QUEM TEM TDAH
Uma pessoa com o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade _
TDAH_ normalmente é confundida com uma pessoa mal educada, agitada, irrequieta,
que vive no mundo da lua porque na maioria das vezes ela não obedece às regras
de boa conduta, seu comportamento normalmente é inadequado para os padrões
sociais e que na generalidade desobedece fazendo pirraças e acintes.
Uma pessoa, principalmente quando na infância, é hiperativa geralmente é
incompreendida pelos seus pares e pelos demais, sendo pré-julgada sem motivos aparentes.
A grande questão é, o que se esconde atrás de uma pessoa com o
transtorno da hiperatividade associado ou não com o déficit de atenção e qual a
razão para que o comportamento descrito seja considerado como inapropriado.
Devemos ter em mente que as crianças pensam e reagem de forma
diferentes. As crianças se deixam guiar pela emoção e ainda não desenvolveram
estratégias imperativas para lidar com elas. Isso implica que, por trás de uma criança
com hiperatividade se esconde uma pessoa com tamanho desconforto emocional que
não conseguem expressar o que deseja e sua válvula de escape é através de uma
conduta imprópria para a ocasião e por conseguinte considerada uma atitude de
rebeldia.
Toda pessoa e, principalmente toda criança com TDAH, tem necessidade de
afeto, de atenção, de segurança e reconhecimento acima das expectativas, pois
tem sua estima muito comprometida.
Não podemos esquecer que toda
criança, em alguma ocasião, apresenta comportamento inadequado. Apresentam-se
rebeldes e fazem com que os adultos percam a paciência; todavia com crianças
que têm o TDAH, por ser uma constância sua inquietude, levam os adultos a agirem
de forma a corrigir esse comportamento usando castigos, reprimendas e punições severas,
fora dos padrões normal fazendo com que se fuja completamente do objetivo principal,
qual seja, que a criança com TDAH se apazígue e tenha uma conduta apropriada.
Agindo assim, nos vemos vivenciando um ciclo vicioso muito difícil de se
desvencilhar. Para que esse quadro cíclico realmente se modifique e que para
que não aconteça repetidas vezes é fundamental tomar consciência das
características desse Transtorno, e são muitos os autores que os listam, para
podermos atuar frente as dificuldades de relacionamento e principalmente as que
refletem na aprendizagem.
Para melhorar o comportamento das pessoas com TDAH, primeiramente
devemos indagar sobre a causa de sua conduta inapropriada verificando se não
está relacionada a uma “emoção” interveniente a qual não está conseguindo
expressar-se adequadamente propiciando que fale sobre suas emoções e que seja ouvido
em suas necessidades antes de ser julgado.
Não é conveniente rotular uma conduta como de rebeldia sem primeiramente
compreender essa conduta e suas causas. Devemos refletir que o rótulo e que,
quando o fazemos, estamos condenando a pessoa com TDAH a, além de manter sua
conduta, incrementar a forma de incomodar e assim dificilmente poderemos
modificar seu comportamento.
Temos que estar em constante pesquisa e aprender outras vias de escape
para suas emoções negativas e seus mal estares através de atividades lúdicas,
esportivas, leitura e escrita, desenhos, encenações, etc.
Devemos, também, evitar o reforço das condutas impróprias, dando muita
ênfase a elas, pois quem sofre com o TDAH tem a tendência de desafiar e de
provocar. Estarmos atentos que quando esses fazem algo que não queremos que
seja feito, o ato de dar muita atenção às atitudes reforça o comportamento inadequado
e que o objetivo da psicopedagogia é leva-lo a considerar uma maneira mais
apropriada de comportamento.
Considerar sempre e reafirmar que quando o paciente com TDAH age de
forma adequada obtém seus objetivos mais facilmente e com isso, pouco a pouco
iremos transformando e acolhendo as necessidades da pessoa com TDAH.
Outro aspecto é proporcionar, sempre que possível, o uso de procedimentos
que reforcem os relacionamentos interpessoais, pois auxiliam a trabalhar as
emoções e controlá-las.
Por fim, toda pessoa com TDAH apresenta necessidades de compreensão e
carinho específicos e particulares, por isso nunca devem ser rotuladas e comparadas
com outras pessoas com o mesmo transtorno. O sujeito é singular.
Flávia Inês Moroni Bartelli / Psicopedagoga.
– 02/02/2016
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