segunda-feira, 21 de março de 2016

O Transtorno Desafiador Opositor (ou negativista) sob a ótica da psicopedagogia

O Transtorno Desafiador Opositor (ou negativista) sob a ótica da psicopedagogia
               

É normal que crianças e adolescentes se oponham a normas, regras, limites e os desafiem; faz parte da construção da personalidade o testar, o confrontar a autoridade; porém, em alguns casos a oposição, assim como as atitudes desafiadoras são extremas, muito frequentes e também muito intensas, carregadas de emoções negativas.
No Transtorno Desafiador Opositor (TDO), o padrão comportamental pode trazer graves consequências no desenvolvimento de crianças e adolescentes, por isso é desafiador conhecer esse transtorno, que muitas vezes é confundido com o TDAH (déficit de atenção e hiperatividade), mas que em muitos casos ele o acompanha.
Mas, o que é o transtorno desafiador opositor?
A organização mundial de saúde e a literatura específica dissertam sobre esse transtorno como sendo um transtorno de comportamento recorrente, que se caracteriza pelo contínuo desafio às ordens e à figura representativa da autoridade.  A pessoa que sofre desse transtorno sente um prazer incomum de constantemente comprovar os limites de autoridade, normalmente são hostis com os adultos e com seus pares. Envolvem-se facilmente em discussões que terminam com birras, gritos e choro.
Cabe lembrar que esse comportamento costuma durar por um período superior a seis meses e se difere do comportamento natural das crianças da mesma idade.
O manual dos diagnósticos de transtornos conjuntamente com o DSM IV reconhece como critérios para o diagnóstico do TODO os seguintes padrões comportamentais:
o   Um padrão comportamental hostil e desafiador com duração não inferior a seis meses;
o   Discute com adultos;
o   Envolve-se em discussões deliberadamente com outras pessoas;
o   Desafia de forma ativa aos adultos e se recusa a cumprir suas ordens;
o   Facilmente sente raiva e incorre em paletas;
o   Normalmente acusa a outros de seus erros ou comportamentos indevidos e impróprios;
o   É “brabo e ressentido”, dificilmente perdoa;
o   Envolve-se facilmente em brigas com os colegas ou amigos;
o   É vingativo e rancoroso (dificilmente perdoa)
Esse transtorno, que se caracteriza como de conduta, provoca sérios problemas relacionados à sua atividade social, acadêmica e também no trabalho. Também é um transtorno que interfere significativamente nas relações interpessoais, na dinâmica familiar e no desenvolvimento acadêmico. Essa recorrência é acompanhada com problemas de baixa estima e habilidade emocional uma vez que tem baixa tolerância às frustrações.
A não identificação desse transtorno, normalmente leva a pessoa acometida por esse a abuso de álcool, uso do tabaco e até substancias ilegais.
É muito comum que esse transtorno apareça Interligado a outros domo o TDAH, transtorno de aprendizagem, TA e de comunicação TCA.
As estratégias para se controlar o TDO resumem-se em:
·         Estabelecer normas de forma consensual com a criança ou adolescente uma vez que é importante que eles estejam de acordo com as normas e ajudem a estabelece-las.
·         É aconselhável que essas normas estejam à vista da criança ou adolescente, por isso a técnica de anotá-las em um quadro ou cartolina é muito prática.
·         Favorecer um clima de confiança tanto no lar como na escola e para isso é importante que ao se falar com a criança ou adolescente olhá-la diretamente nos olhos de forma tranquila utilizando-se da escuta ativa e da ordem firme.
·         Outra estratégia é reforçar atividades que melhorem a estima da criança ou adolescente mantendo as ordens e os limites de forma firme, mas carinhosa, evitando o julgamento, à comparação com outrem e a rotular a criança como teimosa.
·         Auxiliar que a criança ou adolescente a analisar e refletir sobre suas emoções e condutas desafiadoras e, pouco a pouco auxiliá-los a desenvolver e praticar novas condutas.
·         Fazer planilhas para que se possa anotar o que é feito e o que se espera que faça
·         Ter o acompanhamento de um especialista, quer de cunho médico ou psicopedagogo para atuar no processo de reorganizar suas atividades e condutas.
O papel do psicopedagogo, no auxílio da organização das condutas, favorece pois é um trabalho pedagógico, de aprendizagem, onde a pessoa que sofre de TDO aprende a controlar seu impulsos.
Flavia Inês Moroni Bartelli

Psicopedagoga.

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