O Transtorno Desafiador Opositor
(ou negativista) sob a ótica da psicopedagogia
É normal que crianças e
adolescentes se oponham a normas, regras, limites e os desafiem; faz parte da
construção da personalidade o testar, o confrontar a autoridade; porém, em
alguns casos a oposição, assim como as atitudes desafiadoras são extremas,
muito frequentes e também muito intensas, carregadas de emoções negativas.
No Transtorno Desafiador Opositor
(TDO), o padrão comportamental pode trazer graves consequências no
desenvolvimento de crianças e adolescentes, por isso é desafiador conhecer esse
transtorno, que muitas vezes é confundido com o TDAH (déficit de atenção e
hiperatividade), mas que em muitos casos ele o acompanha.
Mas, o que é o transtorno
desafiador opositor?
A organização mundial de saúde e
a literatura específica dissertam sobre esse transtorno como sendo um
transtorno de comportamento recorrente, que se caracteriza pelo contínuo
desafio às ordens e à figura representativa da autoridade. A pessoa que sofre desse transtorno sente um
prazer incomum de constantemente comprovar os limites de autoridade,
normalmente são hostis com os adultos e com seus pares. Envolvem-se facilmente
em discussões que terminam com birras, gritos e choro.
Cabe lembrar que esse
comportamento costuma durar por um período superior a seis meses e se difere do
comportamento natural das crianças da mesma idade.
O manual dos diagnósticos de
transtornos conjuntamente com o DSM IV reconhece como critérios para o
diagnóstico do TODO os seguintes padrões comportamentais:
o Um
padrão comportamental hostil e desafiador com duração não inferior a seis
meses;
o Discute
com adultos;
o Envolve-se
em discussões deliberadamente com outras pessoas;
o Desafia
de forma ativa aos adultos e se recusa a cumprir suas ordens;
o Facilmente
sente raiva e incorre em paletas;
o Normalmente
acusa a outros de seus erros ou comportamentos indevidos e impróprios;
o É
“brabo e ressentido”, dificilmente perdoa;
o Envolve-se
facilmente em brigas com os colegas ou amigos;
o É
vingativo e rancoroso (dificilmente perdoa)
Esse transtorno, que se
caracteriza como de conduta, provoca sérios problemas relacionados à sua
atividade social, acadêmica e também no trabalho. Também é um transtorno que
interfere significativamente nas relações interpessoais, na dinâmica familiar e
no desenvolvimento acadêmico. Essa recorrência é acompanhada com problemas de
baixa estima e habilidade emocional uma vez que tem baixa tolerância às
frustrações.
A não identificação desse
transtorno, normalmente leva a pessoa acometida por esse a abuso de álcool, uso
do tabaco e até substancias ilegais.
É muito comum que esse transtorno
apareça Interligado a outros domo o TDAH, transtorno de aprendizagem, TA e de
comunicação TCA.
As estratégias para se controlar o
TDO resumem-se em:
·
Estabelecer normas de forma consensual com a
criança ou adolescente uma vez que é importante que eles estejam de acordo com
as normas e ajudem a estabelece-las.
·
É aconselhável que essas normas estejam à vista
da criança ou adolescente, por isso a técnica de anotá-las em um quadro ou
cartolina é muito prática.
·
Favorecer um clima de confiança tanto no lar
como na escola e para isso é importante que ao se falar com a criança ou
adolescente olhá-la diretamente nos olhos de forma tranquila utilizando-se da
escuta ativa e da ordem firme.
·
Outra estratégia é reforçar atividades que
melhorem a estima da criança ou adolescente mantendo as ordens e os limites de
forma firme, mas carinhosa, evitando o julgamento, à comparação com outrem e a
rotular a criança como teimosa.
·
Auxiliar que a criança ou adolescente a analisar
e refletir sobre suas emoções e condutas desafiadoras e, pouco a pouco
auxiliá-los a desenvolver e praticar novas condutas.
·
Fazer planilhas para que se possa anotar o que é
feito e o que se espera que faça
·
Ter o acompanhamento de um especialista, quer de
cunho médico ou psicopedagogo para atuar no processo de reorganizar suas
atividades e condutas.
O papel do psicopedagogo, no
auxílio da organização das condutas, favorece pois é um trabalho pedagógico, de
aprendizagem, onde a pessoa que sofre de TDO aprende a controlar seu impulsos.
Flavia Inês Moroni Bartelli
Psicopedagoga.
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