quinta-feira, 14 de julho de 2016

Dislexia, conceito básico e orientações metodológicas para crianças com dislexias

Dislexia, conceito básico e orientações metodológicas para crianças com dislexias

É importante saber que a dislexia não é uma doença, é sim um distúrbio genético e neurobiológico que independe da preguiça, falta de atenção ou má alfabetização.
O que ocorre é uma desordem no caminho das informações, o que inibe o processo de entendimento das letras e, por sua vez, pode comprometer a escrita.
Os sintomas da dislexia variam de acordo com os diferentes graus do transtorno, mas normalmente a pessoa tem dificuldade para decodificar as letras do alfabeto e tudo o que é relacionado à leitura.  
O disléxico não consegue associar o símbolo gráfico e as letras ao som que eles representam.
As principais orientações metodológicas para a criança com dislexia se resumem nos 15 itens que seguem:
1.      Deve-se deixar bem claro para a criança com dislexia que há interesse por ela e que se deseja ajudá-la. A criança se sente insegura e preocupada com as reações que o professor demonstra diante da sua dificuldade.
2.      É necessário que se estabeleçam critérios bem definidos para o trabalho da criança com dislexia.  Critérios esses que ela possa compreender com facilidade. A avaliação de seus trabalhos será pelo seu progresso em comparação com ele mesmo, do seu primeiro trabalho ao último, jamais com a turma. Ademais, é uma avaliação diária e constante.
3.       Toda criança com dislexia deverá ter uma atenção (atendimento) individualizado sempre que possível. Assim ela terá a oportunidade de perguntar sobre o que não compreende.
4.      O professor deverá assegurar-se de que a criança entenda a tarefa proposta uma vez que é normal que elas não compreendam num primeiro momento. Ter dislexia não é ser incapaz de compreender as orientações dadas. O dislexo pode compreender muito bem as instruções verbais.
5.      Toda instrução ou informação nova deve ser repetida mais de uma vez, devido ao problema da distração, da memória em curto prazo e por vezes sobre a escassa capacidade de atenção.
6.      Quase todo disléxico poderá requerer mais prática que um estudante “normal”. Assim, com a prática repetitiva ele poderá dominar melhor a nova proposta.
7.      Todo disléxico necessitará de ajuda para relacionar conceitos novos com a experiência prévia, isto é, com a prática vivenciada.
8.      Deve-se estar atento quanto a organização do pensamento dando-lhe tempo para que conclua o trabalho iniciado. É comum que a criança com dislexia fique extremamente nervosa com relação ao tempo dado para cada atividade. Assim não é salutar que seja cobrada em relação ao tempo necessário para que realize o seu trabalho, pois só assim ela poderá demonstrar melhor o seu conhecimento.
9.      Quando a tarefa exige copiar do quadro escolar ou de livros o tempo é muito restrito, portanto se faz necessário ter uma cópia escrita para que ela possa realizar essa tarefa em bom tempo (o seu).
10.   Toda tarefa de avaliação, pode-se ajudar ao disléxico, lendo as questões pautadamente. Cabe enfatizar que se lê para obter informações ou para praticar. Quando a tarefa é o exercitar a prática da leitura, esta deverá ser feita com livros que estejam no nível de sua aptidão leitora. O disléxico, em relação à leitura, tem as mesmas dificuldades que a criança cega ou com baixa visão, por isso não há expectativa de que ele vá obter informações de um texto escrito normalmente. Há casos de crianças que leem um texto de duas páginas, em voz alta e mesmo assim, ao final não ter compreendido o sentido do texto.
11.   O professor deve ser muito cauteloso em relação à correção sistemática do texto escrito pela criança com dislexia, evitando que se saliente todos os seus erros. É importante enfatizar o que se está trabalhando no momento e a isso se deter na correção.
12.   O professor deve levar em consideração que a criança com dislexia levará mais tempo para realizar as tarefas em relação aos seus colegas. Ele se cansa mais que os seus colegas e por isso, a melhor forma de evitar o estresse em classe é dar-lhe menos atividades ou atividades mais breves ou reduzidas caso contrário estar-se-á aumentando o grau de frustração e rejeição.
13.   É fundamental que se faça observações positivas sobre o seu desempenho escolar sem deixar de assinalar o que tem que melhorar, Há de se elogiar e alertá-lo em relação do que é possível.
14.   É fundamental quer se dê oportunidades para suas colocações em classe. Jamais fazer com que leiam em público contra sua vontade. Isso afetará sua autoestima.
15.   Permita que ele experimente novas formas de aprendizagem utilizando instrumentos alternativos tanto na escrita e quanto na leitura. Permitir que eles façam uso de: calculadora, tablet, gravadores, tabela de dados, etc. Isso abreviará o tempo de realização das atividades.
Flávia Inês Moroni Bartelli
      Professora/ psicopedagoga.

                                                                                      

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