A escola regular e a criança com
Síndrome de Asperger.
Parte um.
As crianças
com Síndrome de Asperger não têm o m esmo perfil de comportamento e aprendizagem
que as crianças com Autismo e as unidades específicas das escolas para crianças
com Autismo não são adequadas para quem sofre da Síndrome de Asperger. Quem
sofre com essa síndrome não têm uma enfermidade mental explícita e, portanto o
atendimento pedagógico e psicopedagógico será totalmente voltado para a
necessidade expressa em cada caso.
Ainda que a
criança com Asperger possa apresentar dificuldades específicas de aprendizagem
ela não será aspirante em receber atenção específica e isolada. Cabe a
administração da educação pública, dispor de todos os recursos, serviços e
políticas adequadas para a inserção dessas crianças nas escolas regulares de
ensino.
Enfatizo que
em primeiro lugar, tanto a família como a equipe docente necessitam adquirir
experiência e conhecimento nesta área bem como dispor de acesso aos diferentes recursos
e programas específicos.
Não se pode determinar que uma investigação sobre as etapas da aprendizagem e a variedade de recursos disponíveis para as pessoas com Autismo nos revela que a Educação dessas crianças requer uma experiência prévia. E exatamente o mesmo acontece com as crianças com Asperger. Os profissionais dessa área advertem sobre a necessidade de desenvolver conhecimentos específicos neste campo.
Desta forma,
aos responsáveis pela educação cabe permitir que a equipe docente tenha total
acesso a estes profissionais para receberem conselhos e pautas de trabalho. O
profissional especializado por meio de visitas as aulas para observar à criança e com base
nessa observação propor pautas, estratégias e até recursos bem como propor
formação específica. Essa formação, quando a distância é empecilho, o profissional poderá utilizar-se, como apoio
ias novas tecnologias de comunicação, como vídeos conferências.
Os pais
também poderão ser fonte de apoio provendo o professor de informações
necessárias através do uso das diferentes formas de comunicação midiáticas
(e-mail, Messenger, Wpp) específicas. Ainda que os pais não sejam especialistas
acerca da Síndrome de Asperger, são especialistas em seus filhos e em serem
pais de crianças com Asperger, Em suas histórias de acompanhamento no
desenvolvimento da criança os pais são “experts” na questão da personalidade e
do caráter bem como no êxito ou fracassos dessas estratégias.
Lembrando
sempre que quando uma escola adquire a experiência necessária, ela aumenta o
êxito e a reputação de si mesma podendo se tornar referência nessa inserção e
aumentar o número de crianças com dificuldades similares onde pais e
profissionais têm-na como guia informal de “escola boa”.
Cabe
ressaltar que muitos dos programas de intervenção pedagógica em crianças com
Síndrome de Asperger necessitam trabalho individual, em pequenos grupos e com
monitoria. Ao pais cabe requerer os serviços de um professor de apoio onde seu
papel é fundamental e complexo. Nesse caso suas principais atribuições seriam:
Proporcionar a socialização. |
· Auxiliar a criança no reconhecimento e aprendizagem das regras/normas
sociais de conduta escolar.
· Dar atenção personalizada ao manejo e compreensão das emoções. Atenção
afetiva.
· Trabalho e apoio no desenvolvimento das habilidades sociais e em quipe.
· Apoiar a criança no desenvolvimento do interesse como meio de melhorar a
motivação para o conhecimento.
· Por em prática um programa destinado à motricidade fina e ampla.
· Trabalhar e delinear estratégias na Linha da Teoria da Mente para melhor
compreender os outros e o desenvolvimento da empatia social.
· Fomentar as habilidades de conversação.
· Oferecer atividades de reforço
escolar nas questões de aprendizagem em conjunto com a família.
· Trabalhar com a sensibilidade afetiva e sensorial (Estimulação
sensorial).
Desta forma
o professor de apoio ou assistente estará promovendo um programa delineado por
professores, pais, terapeutas e especialistas focados no comportamento
emocional, cognitivo, lingüista bem como as habilidades motoras e sensoriais.
Quando as
entidades públicas não atendem suas obrigações cobrindo este assistente de
apoio, as famílias podem apoiar com seus próprios recursos financeiros sem
esquecer, no entanto, de que ao profissional de apoio caberá receber formação sobre Asperger.
O mais
aconselhável é que a criança com Asperger estude na classe regular de ensino e
não numa instituição ou centro educacional específico. Partilho com muitos
profissionais a ideia de que a inclusão educacional (quando possível*) na escola regular proporciona que a criança faça
parte de um grupo de colegas companheiros com comportamento social distinto
para que a criança sinta-se motivada intelectual e socialmente.
Diante da
falta de comprometimento das entidades públicas, da falta de formação especializada
específica, com um sistema de saúde que prima pela cura e não pela prevenção e
apoio familiar, qual o conceito de uma “escola boa”?
O relato de
inúmeros colegas professores e por experiência própria, apesar de haver escolas
que atendam a inclusão de forma natural e eficiente algumas características são
imprescindíveis, entre elas o acesso a recursos pedagógicos e psicopedagógicos,
à formação contínua do professor titular e de apoio, o acesso a recursos entre
os muitos dispostos e à tecnologia e de planos pedagógicos que contemplem a
educação especial como algo natural e necessário.
Quando
contemplamos a Síndrome de Asperger apontamos uma educação flexibilizada, com planos
de estudos específicos que contemplem a aprendizagem cognitiva e social para
poder acomodar às crianças de forma adequada percebendo os aspectos positivos.
Isolamento social. |
Ser paciente
nesse caso não significa ser relapso, significa esperar que “o vento se torne
uma brisa”, que o “mar se acalme” que “a maré baixe”. Significa esperar que a
criança avance na aprendizagem novamente.
Flávia Inês Moroni Bartelli
Professora/Psicopedagoga
Estudar é o melhor caminho!
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