quinta-feira, 23 de junho de 2016

A criança com síndrome de Down na escola (reflexão)

A criança com síndrome de Down na escola 

Semeando amor na escola com Down. 
Muitas vezes um assunto pode se tornar repetitivo, mas em respeito aos meus leitores, mais uma vez vem-se tratar de um assunto deveras delicado que é a inclusão da criança com síndrome de Down na escola de educação infantil.
Resumidamente a síndrome de Down é uma anomalia que se produz desde a gestação, melhor ainda seria esclarecer que essa anomalia se desenvolve desde a fecundação. A trissomia 21 é a presença de um trio de cromossomas que devia ser um par, mas se converteu em um trio. Ou pela falha na duplicação celular ou na transcrição genética, pode ser de predisposição genética de algum dos pais ou simplesmente produto da falha mutantes na transcrição do DNA, também


pode ser pela transmutação ou ruptura de um dos cromossomas.
O que há de se convergir é que muitos deles não alcançam as competências básicas para estar numa escola de educação infantil enquanto outros podem apresentar altas competências para tal e superar o estágio primário da educação formal.
Mas a inserção da criança com síndrome de Down na escola formal só será possível no “fazer pedagógico” inclusivo onde algumas estratégias referentes ao aspecto da inserção psicossocial se pode adaptar à escola e assim dar ao professor ferramentas para que essas crianças sejam incluídas sem nenhum tipo de problema.
Como podemos determinar se a criança com síndrome de Down apresenta altas competências?
Essa resposta está a cargo de especialistas na área da psicologia e da neurologia onde o profissional será capaz de aplicar inumeráveis provas e testes a fim de determinar as capacidades, as habilidades intelectuais e cognitivas de cada criança com Down.
Por tudo isso, cabe aos pais a decisão do desejo de terem a criança sendo atendida em uma escola de educação formal “regular” por algum tempo ou preferirem estabelecer outro tipo de atendimento especializado a seu filho.
Ainda e sempre, a inclusão será tema de discussão. A integração de crianças com síndrome de Down de altas competências na escola regular, principalmente pelas dificuldades cognitivas, motoras e de adaptação que apresentam.
O dia a dia escolar comprova que, para alguns, o assistir a aula regular não apresenta problema, mas que existem crianças que ao longo da sua escolarização o problema se centra não na dificuldade cognitiva, mas na de adaptação e integração. E por isso se faz necessário elencar e aprimorar o fazer pedagógico da escola no seu preparo para esse ponto crucial na inclusão efetiva.

Síndrome de Down de alta competência
Ao classificar quem padece da síndrome de Down com competências suficientes para estarem em uma escola de educação regular (da infantil à básica) pode-se afirmar que isso só será mais produtivo para a criança se houver apoio psicopedagógico paralelamente à capacitação para algumas habilidades laborais.
A síndrome de Down e a legislação.
A legislação brasileira estabelece a idade inicial à escolarização. Porém para quem é acometido com alguma síndrome e em específico à síndrome de Down tratada aqui, haveria de se pensar na questão do déficit que essa síndrome em específico trás ao paciente. O retardo cronológico frente às habilidades e competências necessárias para a escolarização como um todo, não as considera.
Enquanto em países como Espanha, Alemanha a legislação estabelecem os níveis de escolarização a partir da faixa etária e estes devem estar definidos como requisitos para ingressar em um ou outro nível de escolarização no Brasil têm idades para ingressar na Educação Infantil e na básica. Assim esta é a primeira barreira  que pais ou responsáveis de crianças com síndrome de Down encontram na escola regular, pois na grande maioria não encontramos condições cognitivas para acompanhar e assumir estas faixas etárias dadas às suas carências nas habilidades ocasionando um retardo escolar, via reprovação, uma vez que as pessoas com  Síndrome de Down não adquirem  as habilidades necessárias exatamente na mesma idade que a média das demais crianças. 
Assim, compreendo que a integração _ e aqui não falo da inclusão_  de crianças com síndrome de Down em alguns dias da semana na escola de modalidade regular, e em outros dias da semana em escolas com características mistas, isto é, em escolas que trabalham com especialidades educacionais diferenciadas, inclusas no seu projeto pedagógico,  permitiria que as necessidades de quem tem Down pudessem ser atendidas adequadamente.
A Escola de Educação Especial seria uma alternativa para a inclusão na escola regular?
Essa é uma questão que há décadas vêm planificando-se no meio docente onde a questão seria: os adultos (pais  ou responsáveis das crianças bem como os legisladores) os tecnicamente responsáveis pela educação inclusiva nacional para eleger onde as crianças com necessidades pedagógicas específicas deveriam estudar?
Como organizar uma educação inclusiva onde quem determina aonde crianças com síndrome de Down, que nem sempre mostram as mesmas habilidades cognitivas que outras crianças e ainda, às que poderão ter outras síndromes ou transtornos intervenientes,   estarem inseridas num ambiente que não respeita suas outras habilidades e competências? Quem fará de sua inserção social ser mais produtiva uma vez que não considerará todas as questões sociais e emocionais da criança?
A diferença da inclusão é notável quando, respeitadas as decisões dos pais e, considerando o emocional da criança, do aonde a criança receberá a educação formal e por qual profissional ou profissionais ela estará amparada.
Considerou-se que, em algumas escolas, onde a proposta pedagógica integrada que utiliza a metodologia Montessoriana tem funcionado para muitas crianças com síndrome de Down, principalmente, porém não por muito tempo. Essa constatação se fez pelo distanciamento entre a escola de Educação Fundamental do nível um (até o 5º ano) à educação básica do nível final (até o 9º ano) e o abismo é ainda maior no ensino médio quando a escola não prevê a evolução sociocognitiva em sua proposta pedagógica. Entretanto o que acontece, efetivamente é, que a escola prevê no papel mas não efetivamente na prática pedagógica.
A Escola Regular frente à Escola Especial – reflexões.
Enquanto a decisão da integração da criança com síndrome de Down estiver na mão dos legisladores e não dos pais e ou especialistas da área psicológica e neurológica compreendo que a adaptação deveria ser tutelada por um especialista pedagógico e o enfoque para o professor estaria em fazer um trabalho psicossocial e também um trabalho socioemocional uma vez que o objetivo está em adaptá-los com suas diferenças e que o compromisso dos colegas estaria focado na base da colaboração e da solidariedade ao perceber as diferenças cognitivas.
Se por um lado o trabalho da escola está regido em compreender as diferenças do grupo em geral, mais importante está, também em fazer-se compreender que a criança com síndrome de Down se sinta aceita e querida como cada um dos membros do grupo e para tanto existem inúmeras dinâmicas sugeridas para esta integração entre as quais se nomeia algumas recomendações para professores e pais dessas crianças:
1.            As dinâmicas e jogos educativos para integração socioemocional são um grande apoio na sala de aula ou reunião de amigos uma vez que estão diretamente ligados com o autoconhecimento, com a consciência social e com a capacidade de resolver conflitos as quais nos permitem lidar com diferentes situações ao longo da vida. 
2.            Outro aspecto importante relembrar é que, normalmente, os adultos pensam que a criança pode fazer muito menos do que realmente pode. Então, quanto menor for a interferência desse último durante um conflito, melhor.
3.            Elencar as questões dos hábitos de higiene pessoal e organização pessoal diária com a confecção de cartazes/planilhas grupais e individuais para que se possa planificar o desenvolvimento evolutivo da eficácia desses hábitos.
4.            Primar pela questão da ordem (organização, capricho, manteneção) em seus cadernos e utilitários escolares diários.
5.            Finalmente, desenvolver um trabalho socioemocional entre escola e família para a inclusão das crianças com síndrome de Down bem como com quem não padece de nenhum interveniente cognitivo para facilitar a integração e a aprendizagem de hábitos de ordem organizacional bem como aqueles hábitos diários, rotineiros que organizam a aprendizagem.


 Flávia Inês Moroni Bartelli
  professora/psicopedagoga.

Estudar é o melhor caminho!

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