A criança com síndrome de Down na escola
Semeando amor na escola com Down. |
Muitas vezes um assunto pode se
tornar repetitivo, mas em respeito aos meus leitores, mais uma vez vem-se
tratar de um assunto deveras delicado que é a inclusão da criança com síndrome
de Down na escola de educação infantil.
Resumidamente a síndrome de Down
é uma anomalia que se produz desde a gestação, melhor ainda seria esclarecer
que essa anomalia se desenvolve desde a fecundação. A trissomia 21 é a presença
de um trio de cromossomas que devia ser um par, mas se converteu em um trio. Ou
pela falha na duplicação celular ou na transcrição genética, pode ser de
predisposição genética de algum dos pais ou simplesmente produto da falha
mutantes na transcrição do DNA, também
pode ser pela transmutação ou ruptura de um dos cromossomas.
O que há de se convergir é que
muitos deles não alcançam as competências básicas para estar numa escola de
educação infantil enquanto outros podem apresentar altas competências para tal
e superar o estágio primário da educação formal.
Mas a inserção da criança com
síndrome de Down na escola formal só será possível no “fazer pedagógico”
inclusivo onde algumas estratégias referentes ao aspecto da inserção
psicossocial se pode adaptar à escola e assim dar ao professor ferramentas para
que essas crianças sejam incluídas sem nenhum tipo de problema.
Como podemos determinar se a
criança com síndrome de Down apresenta altas competências?
Essa resposta está a cargo de
especialistas na área da psicologia e da neurologia onde o profissional será
capaz de aplicar inumeráveis provas e testes a fim de determinar as
capacidades, as habilidades intelectuais e cognitivas de cada criança com Down.
Por tudo isso, cabe aos pais a
decisão do desejo de terem a criança sendo atendida em uma escola de educação
formal “regular” por algum tempo ou preferirem estabelecer outro tipo de
atendimento especializado a seu filho.
Ainda e sempre, a inclusão será
tema de discussão. A integração de crianças com síndrome de Down de altas
competências na escola regular, principalmente pelas dificuldades cognitivas,
motoras e de adaptação que apresentam.
O dia a dia escolar comprova que,
para alguns, o assistir a aula regular não apresenta problema, mas que existem
crianças que ao longo da sua escolarização o problema se centra não na
dificuldade cognitiva, mas na de adaptação e integração. E por isso se faz
necessário elencar e aprimorar o fazer pedagógico da escola no seu preparo para
esse ponto crucial na inclusão efetiva.
Síndrome de Down de alta
competência
Ao classificar quem padece da
síndrome de Down com competências suficientes para estarem em uma escola de
educação regular (da infantil à básica) pode-se afirmar que isso só será mais
produtivo para a criança se houver apoio psicopedagógico paralelamente à
capacitação para algumas habilidades laborais.
A síndrome de Down e a
legislação.
A legislação brasileira
estabelece a idade inicial à escolarização. Porém para quem é acometido com
alguma síndrome e em específico à síndrome de Down tratada aqui, haveria de se
pensar na questão do déficit que essa síndrome em específico trás ao paciente.
O retardo cronológico frente às habilidades e competências necessárias para a
escolarização como um todo, não as considera.
Enquanto em países como Espanha,
Alemanha a legislação estabelecem os níveis de escolarização a partir da faixa
etária e estes devem estar definidos como requisitos para ingressar em um ou
outro nível de escolarização no Brasil têm idades para ingressar na Educação
Infantil e na básica. Assim esta é a primeira barreira que pais ou responsáveis de crianças com síndrome
de Down encontram na escola regular, pois na grande maioria não encontramos
condições cognitivas para acompanhar e assumir estas faixas etárias dadas às
suas carências nas habilidades ocasionando um retardo escolar, via reprovação,
uma vez que as pessoas com Síndrome de
Down não adquirem as habilidades
necessárias exatamente na mesma idade que a média das demais crianças.
Assim, compreendo que a
integração _ e aqui não falo da inclusão_
de crianças com síndrome de Down em alguns dias da semana na escola de
modalidade regular, e em outros dias da semana em escolas com características
mistas, isto é, em escolas que trabalham com especialidades educacionais
diferenciadas, inclusas no seu projeto pedagógico, permitiria que as necessidades de quem tem
Down pudessem ser atendidas adequadamente.
A Escola de Educação Especial
seria uma alternativa para a inclusão na escola regular?
Essa é uma questão que há décadas
vêm planificando-se no meio docente onde a questão seria: os adultos (pais ou responsáveis das crianças bem como os
legisladores) os tecnicamente responsáveis pela educação inclusiva nacional
para eleger onde as crianças com necessidades pedagógicas específicas deveriam
estudar?
Como organizar uma educação
inclusiva onde quem determina aonde crianças com síndrome de Down, que nem
sempre mostram as mesmas habilidades cognitivas que outras crianças e ainda, às
que poderão ter outras síndromes ou transtornos intervenientes, estarem inseridas num ambiente que não
respeita suas outras habilidades e competências? Quem fará de sua inserção
social ser mais produtiva uma vez que não considerará todas as questões sociais
e emocionais da criança?
A diferença da inclusão é notável
quando, respeitadas as decisões dos pais e, considerando o emocional da
criança, do aonde a criança receberá a educação formal e por qual profissional
ou profissionais ela estará amparada.
Considerou-se que, em algumas
escolas, onde a proposta pedagógica integrada que utiliza a metodologia
Montessoriana tem funcionado para muitas crianças com síndrome de Down,
principalmente, porém não por muito tempo. Essa constatação se fez pelo
distanciamento entre a escola de Educação Fundamental do nível um (até o 5º
ano) à educação básica do nível final (até o 9º ano) e o abismo é ainda maior
no ensino médio quando a escola não prevê a evolução sociocognitiva em sua
proposta pedagógica. Entretanto o que acontece, efetivamente é, que a escola
prevê no papel mas não efetivamente na prática pedagógica.
A Escola Regular frente à Escola
Especial – reflexões.
Enquanto a decisão da integração
da criança com síndrome de Down estiver na mão dos legisladores e não dos pais
e ou especialistas da área psicológica e neurológica compreendo que a adaptação
deveria ser tutelada por um especialista pedagógico e o enfoque para o
professor estaria em fazer um trabalho psicossocial e também um trabalho
socioemocional uma vez que o objetivo está em adaptá-los com suas diferenças e
que o compromisso dos colegas estaria focado na base da colaboração e da solidariedade
ao perceber as diferenças cognitivas.
Se por um lado o trabalho da
escola está regido em compreender as diferenças do grupo em geral, mais
importante está, também em fazer-se compreender que a criança com síndrome de
Down se sinta aceita e querida como cada um dos membros do grupo e para tanto
existem inúmeras dinâmicas sugeridas para esta integração entre as quais se
nomeia algumas recomendações para professores e pais dessas crianças:
1. As dinâmicas e jogos educativos para integração
socioemocional são um grande apoio na sala de aula ou reunião de amigos uma vez
que estão diretamente ligados com o autoconhecimento, com a consciência social
e com a capacidade de resolver conflitos as quais nos permitem lidar com
diferentes situações ao longo da vida.
2. Outro aspecto importante relembrar é que, normalmente, os
adultos pensam que a criança pode fazer muito menos do que realmente pode.
Então, quanto menor for a interferência desse último durante um conflito,
melhor.
3. Elencar as questões dos hábitos de higiene pessoal e
organização pessoal diária com a confecção de cartazes/planilhas grupais e
individuais para que se possa planificar o desenvolvimento evolutivo da
eficácia desses hábitos.
4. Primar pela questão da ordem (organização, capricho,
manteneção) em seus cadernos e utilitários escolares diários.
5. Finalmente, desenvolver um trabalho socioemocional entre
escola e família para a inclusão das crianças com síndrome de Down bem como com
quem não padece de nenhum interveniente cognitivo para facilitar a integração e
a aprendizagem de hábitos de ordem organizacional bem como aqueles hábitos
diários, rotineiros que organizam a aprendizagem.
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