Aprender pode ser divertido
Com muita
frequência nos alarmamos com o alto índice do fracasso escolar em nosso sistema
educacional. Não há causas ou culpados; parece-nos que nada mais é interessante
na escola regular. Tudo é entediante e tedioso. E quando isso se soma à falta
de resultados positivos na aprendizagem vêm à tona as dificuldades de
aprendizagens.
Então, seria
sensato pensar que aprender pode ser algo divertido? Que a diversão seria uma
estratégia natural de aprendizagem?
O certo é que
uma aprendizagem entediante conduz ao fracasso escolar. Por quê?
A maioria dos
jovens e adolescentes sente-se aborrecidos e entediados em classe e ainda
podemos acrescentar que a maioria das disciplinas lhes é apresentadas sem
nenhum atrativo. Esta situação, então, facilmente nos conduz ao fracasso. E
isso não acontece somente na escola. Isso também é no nosso dia a dia.
Quando algo nos
é apresentado de forma entediante, sem graça ou pouco interessante, o normal é
que perdemos o interesse e a nossa voracidade em aprender, em estudar, se esvai.
E qual a consequência lógica desse processo? A desmotivação e o desinteresse
pela aprendizagem e, consequentemente o fracasso no rendimento acadêmico.
Se tivermos a
pretensão de que os estudantes do século XXI aprendam e aproveitem o tempo com
novas aprendizagens, devemos promover uma permuta entre o entediante por um
processo divertido motivado pela curiosidade e pelo entusiasmo.
Então, o
aprender pode e deve ser divertido.
Como? O ser
humano é um grande aprendiz por natureza. As pessoas desde que nascem são
curiosas e elas aprendem uma quantidade de coisas, desde o andar, o falar, o
relacionar-se, etc. A maior parte dessas aprendizagens se dá de maneira
natural, sem que se imponha um grande esforço por parte do aprendente.
Quando se está
crescendo, são muitas as coisas que também se aprende de maneira natural e esta
aprendizagem não é custosa, ao contrário, na maioria das vezes é uma situação
de deleite e que resulta em momentos deveras agradáveis.
Então, o que é
necessário para que ocorra a aprendizagem?
1. Que a curiosidade e o desejo de aprender nos
sejam despertados.
2. Que o que aprendemos resulte em algo
agradável.
3. Que sejamos membros ativos durante o processo
da aprendizagem.
4. Que a exploração, a indagação e a prática
sejam expoentes comuns na aprendizagem.
5. Que desfrutemos o que estivermos aprendendo e
tenhamos vontade de desvendar cada vez mais o desconhecido.
6. Que a aprendizagem não nos traga momentos de
tensão.
7. Que o objeto da aprendizagem nos permita a
construção de significado para ela.
8. E finalmente, que a aprendizagem seja
prazerosa.
O fazer
pedagógico divertido.
O trabalho
docente e os centros educativos com seus projetos pedagógicos bem estruturados
são o grande centro do fazer a aprendizagem algo divertido. Não se trata de transformar
o processo de aprendizagem em experiências divertidas ou em brincadeiras sem
fundamentação lógica teórico. Ou ainda onde os que aprendem podem construir
seus próprios conteúdos sem um propósito cognitivo. Isso está fora de
cogitação. Escola não é lugar de brincar; é lugar de aprender.
E por isso e
para esse fim, que a educação possa ser algo divertido é necessário que cada
vez mais se aposte na formação de professores. É preciso quebrar as amarras dos
sistemas tradicionais e apostar nos sistemas onde os estudantes sejam os
protagonistas do processo permitindo que se encantem; que questionem e que
queiram aprender.
Que não haja
limites para onde queiram conduzir suas aprendizagens e que compartilhem sua
espontaneidade e sua curiosidade.
Que a escola
seja um lugar alegre em suas relações interpessoais baseada no respeito e na
responsabilidade. Que as salas de aulas sejam propícias a novas experiências
repletas de instrumentos de pesquisa e de apoio onde todos possam trabalhar e
elaborar os conteúdos determinantes da aprendizagem.
E finalmente
que a escola tenha em seu ambiente uma equipe multidisciplinar composta de
psicólogos, psicopedagogos e professores de apoio pedagógico constante, pois
não podemos esquecer de que se o aprendente apresenta algum problema emocional
ou algum outro interveniente que não lhe deixe confortável momentaneamente ou
permanentemente frente ao processo de aprendizagem, como poderá centrar-se no
aprender?
Faça uso do
senso de humor e das “piadinhas” naturais na fase da adolescência como um
instrumento positivo que venha a contribuir e potencializar as aprendizagens.
Se procurarmos
dotar o processo de aprendizagem de emoções positivas, certamente conseguiremos
favorecer esse processo que para muitos hoje é cansativo, entediante e
desnecessário, pois a internet tem respostas imediatas, curtas, coloridas e
cheias de atrativo áudio visuais, porém em muitos casos sem fundamentação
científica para uma aprendizagem eficaz.
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