domingo, 26 de junho de 2016

Aprender pode ser divertido

Aprender pode ser divertido
Com muita frequência nos alarmamos com o alto índice do fracasso escolar em nosso sistema educacional. Não há causas ou culpados; parece-nos que nada mais é interessante na escola regular. Tudo é entediante e tedioso. E quando isso se soma à falta de resultados positivos na aprendizagem vêm à tona as dificuldades de aprendizagens.
Então, seria sensato pensar que aprender pode ser algo divertido? Que a diversão seria uma estratégia natural de aprendizagem?
O certo é que uma aprendizagem entediante conduz ao fracasso escolar. Por quê?
A maioria dos jovens e adolescentes sente-se aborrecidos e entediados em classe e ainda podemos acrescentar que a maioria das disciplinas lhes é apresentadas sem nenhum atrativo. Esta situação, então, facilmente nos conduz ao fracasso. E isso não acontece somente na escola. Isso também é no nosso dia a dia.
Quando algo nos é apresentado de forma entediante, sem graça ou pouco interessante, o normal é que perdemos o interesse e a nossa voracidade em aprender, em estudar, se esvai. E qual a consequência lógica desse processo? A desmotivação e o desinteresse pela aprendizagem e, consequentemente o fracasso no rendimento acadêmico.
Se tivermos a pretensão de que os estudantes do século XXI aprendam e aproveitem o tempo com novas aprendizagens, devemos promover uma permuta entre o entediante por um processo divertido motivado pela curiosidade e pelo entusiasmo.
Então, o aprender pode e deve ser divertido.
Como? O ser humano é um grande aprendiz por natureza. As pessoas desde que nascem são curiosas e elas aprendem uma quantidade de coisas, desde o andar, o falar, o relacionar-se, etc. A maior parte dessas aprendizagens se dá de maneira natural, sem que se imponha um grande esforço por parte do aprendente.
Quando se está crescendo, são muitas as coisas que também se aprende de maneira natural e esta aprendizagem não é custosa, ao contrário, na maioria das vezes é uma situação de deleite e que resulta em momentos deveras agradáveis.
Então, o que é necessário para que ocorra a aprendizagem?
1.  Que a curiosidade e o desejo de aprender nos sejam despertados.
2.  Que o que aprendemos resulte em algo agradável.
3.  Que sejamos membros ativos durante o processo da aprendizagem.
4.  Que a exploração, a indagação e a prática sejam expoentes comuns na aprendizagem.
5.  Que desfrutemos o que estivermos aprendendo e tenhamos vontade de desvendar cada vez mais o desconhecido.
6.  Que a aprendizagem não nos traga momentos de tensão.
7.  Que o objeto da aprendizagem nos permita a construção de significado para ela.
8.  E finalmente, que a aprendizagem seja prazerosa.
O fazer pedagógico divertido.
O trabalho docente e os centros educativos com seus projetos pedagógicos bem estruturados são o grande centro do fazer a aprendizagem algo divertido. Não se trata de transformar o processo de aprendizagem em experiências divertidas ou em brincadeiras sem fundamentação lógica teórico. Ou ainda onde os que aprendem podem construir seus próprios conteúdos sem um propósito cognitivo. Isso está fora de cogitação. Escola não é lugar de brincar; é lugar de aprender.
E por isso e para esse fim, que a educação possa ser algo divertido é necessário que cada vez mais se aposte na formação de professores. É preciso quebrar as amarras dos sistemas tradicionais e apostar nos sistemas onde os estudantes sejam os protagonistas do processo permitindo que se encantem; que questionem e que queiram aprender.
Que não haja limites para onde queiram conduzir suas aprendizagens e que compartilhem sua espontaneidade e sua curiosidade.
Que a escola seja um lugar alegre em suas relações interpessoais baseada no respeito e na responsabilidade. Que as salas de aulas sejam propícias a novas experiências repletas de instrumentos de pesquisa e de apoio onde todos possam trabalhar e elaborar os conteúdos determinantes da aprendizagem.
E finalmente que a escola tenha em seu ambiente uma equipe multidisciplinar composta de psicólogos, psicopedagogos e professores de apoio pedagógico constante, pois não podemos esquecer de que se o aprendente apresenta algum problema emocional ou algum outro interveniente que não lhe deixe confortável momentaneamente ou permanentemente frente ao processo de aprendizagem, como poderá centrar-se no aprender?
Faça uso do senso de humor e das “piadinhas” naturais na fase da adolescência como um instrumento positivo que venha a contribuir e potencializar as aprendizagens.
Se procurarmos dotar o processo de aprendizagem de emoções positivas, certamente conseguiremos favorecer esse processo que para muitos hoje é cansativo, entediante e desnecessário, pois a internet tem respostas imediatas, curtas, coloridas e cheias de atrativo áudio visuais, porém em muitos casos sem fundamentação científica para uma aprendizagem eficaz.






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