segunda-feira, 2 de maio de 2016

O medo de sermos julgados. Por quê?

Por que temos medo de sermos julgado?

A preocupação demasiada pelo que pensam do meu “eu”.

O ser humano é um ser social por natureza. Ele se desenvolve, cresce e aprende por estar em contato com o outro. As pessoas necessitam dos outros, necessitam pertencer a um grupo e sentir-se aceito, querido e respeitado.
A vida em sociedade tem um importante papel na formação do “EU”, no autoconceito, na formação da identidade e na autoestima.
Por tudo isso que a opinião dos outros sobre “o que eu sou” pode se converter em algo muito intimidador e  muito importante podendo nos limitar e também nos transformar em algo que não somos.
A excessiva preocupação pelo que os outros pensam de nós, como nos vêem é uma manifestação do nosso medo de sermos julgados e sermos alvo de conceitos negativos.
Assim, é fundamental que se eduque as crianças para que sejam livres do medo de serem julgadas pelos demais e deixá-las livre dessa preocupação.

O que é o medo de ser julgado?

O medo de ser julgado pelos outros é um medo natural e normal.
Na infância criamos nosso autoconceito e estima assim como as bases de nossa identidade baseando-nos na opinião que os outros têm de nós.
A valorização do que o outro pensa se dá pela interpretação que fazemos dela e pelos sentimentos experimentados dessa valorização criando assim nossa percepção de nós mesmos.
Perpassando por esse processo é normal que nos sintamos frustrados uma vez que o ser humano tem como característica a auto comparação entre seus pares, a característica de julgar e criticar aos outros. Também isso é normal, entretanto quando resta a ele mesmo o alvo da crítica, da comparação negativa e do julgamento, isso resulta em importantes repercussões para a vida.
Quando isso acontece é muito comum que as crianças comecem a se esconder através de máscaras fictícias e deixarem de ser elas mesmas ou ainda deixam de se mostrarem como realmente são com o único objetivo de evitarem as críticas e os julgamentos.
O medo de ser julgado e a preocupação o conceito que os outros fazem do nosso eu normalmente se manifesta na infância e faz com que não se mostrem tal qual são e assim crê-se que se pode agradar a todos ao mesmo tempo.
Algumas sugestões para educar as crianças libertando-as do medo de serem julgadas e pela excessiva preocupação com a opinião dos outros sobre o “eu” tornam-se imprescindíveis de serem analisadas.
É extremamente importante que as crianças sejam dotadas de estratégias que lhes permitam livrar-se do medo do julgamento dos demais e dela mesma, da supervalorização em relação ao que o outro vai pensar dela, mostrando-se sem máscaras, gostando-se e querendo-se como realmente  é.
Entre essas estratégias citamos:
·         O cuidado com a autoestima da criança desde a infância.
·         Buscar mostrar a ela uma imagem de si mesma ajustada e real.
·         Questiona sobre como ela interpreta a opinião das outras pessoas sobre si mesma e como se sentem com relação a elas.
·         Faça com que entenda que é normal que sejamos julgados a todo o momento; que as pessoas são assim e que se o fazemos é porque somos objeto de opiniões por parte dos outros.
·          Mostrar que nem sempre o que fazemos e o que somos vai agradar a todo mundo e que também não temos que nos importar em fazê-lo uma vez que é impossível agradar a todo o mundo sempre. O importante é que nos sintamos bem; que nos importamos conosco mesmo.
·         No decorrer do seu desenvolvimento continuar ensinando-lhes a interpretar as críticas e a dar-lhes a devida importância. Esse não é um assunto que se esgota. Não podemos evitar que os outros nos julguem ou critiquem, no entanto podemos evitar o sentimento de menos valia em relação a ele. Não esquecer que a atitude que temos diante da crítica é a que podemos controlar.
·         Educar-lhes para que se aceitem tal como são, sem necessidade de agradar a ninguém.
·         Permitir que reflitam sobre a necessidade de ser um ser único e de viver a própria vida uma vez que os outros não a viverão por eles e não podem ser felizes por eles.


Flávia I. M. Bartelli
Psicopedagoga.


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