Ajude seu filho com
TDAH a ter um resultado positivo nas avaliações escolares
Queres ajudar seu filho com TDAH a ser aprovado nos testes e avaliações
escolares mesmo que não tenha havido nenhuma adaptação para isso na escola?
Sem considerar a legislação que prevê a promoção do aluno até o terceiro
ano, mesmo sem ter havido nenhum progresso na aprendizagem, para a criança com
TDAH, os períodos de avaliações são sempre um fator muito estressante para pais
e ou responsáveis.
Quando a criança tem uma necessidade educativa especial, seja qual seja,
é obrigação da escola dispor dos meios necessários para avaliar a criança.
Estabelecer e determinar quais são as necessidades específicas que a
criança tem, independentemente da causa e estabelecer as medidas oportunas que
permitam desenvolver o potencial máximo da aprendizagem, exige do professor
algo muito maior do que simplesmente elaborar uma avaliação. Na maioria dos
casos se faz necessário o auxílio de um especialista, nesse caso o
psicopedagogo.
Também é oportuno destacar que a família tem um papel fundamental nesses
momentos (de avaliação), pois nem sempre a criança está apta a realizar todos
os tipos de avaliações propostas pela escola.
Assim, é pontual que se destaque que para ajudar uma criança com
dificuldade de aprendizagem, primeiramente tem-se que estabelecer estratégias
de estudo para superá-las. Assim agindo, ter-se-á a certeza de que a criança
terá maiores possibilidades de vencer suas dificuldades e superá-las quando na
avaliação. Quanto mais se conhece a dificuldade, maior é a possibilidade de
auxiliar a criança a demonstrar o quanto sabe sobre determinado assunto*.
Outro detalhe importante é destacar que a maioria das dificuldades
apresentadas pela criança não estão relacionadas com a idade, nem com todos os conteúdos*
apresentados pela escola. Muitas vezes essas dificuldades se agravam quando no
momento da avaliação.
Na maioria das vezes esses momentos são caracterizados por um esforço
muito grande por parte da criança e gerador de um estresse profundo seguido por
um desgaste desnecessário durante a realização da avaliação.
Este, entre muitos outros fatores é que devemos evitar que aconteçam,
principalmente porque acaba provocando uma desmotivação por parte da criança e
também a falta de colaboração por parte da família/escola.
O baixo rendimento da criança com TDAH, mesmo quando em tratamento,
implica na ideia de que por mais que se esteja “fazendo” pela criança, não se
está atingindo o objetivo desejado. Assim é importante destacar os seguintes
aspectos:
Para quem sofre de TDAH é
muito difícil lembrar-se das datas das avaliações. Por isso é bem comum que
quando o professor data a avaliação a criança já chegue em casa e comece a
estudar. Por quê? Pelo simples fato de que para ele é muito difícil encarar
mais um fracasso.
A atitude mais eficaz de
se evitar estas situações é contar com a ajuda da escola/professores. Como?
Dispondo de um calendário bem detalhado sobre as avaliações a serem feitas,
contendo as datas e o conteúdo da avaliação.
A família, então, poderá organizar-se e manter uma rotina de estudos e
reforço diário sobre os conteúdos trabalhados no decorrer do curso.
Planejar o tempo
de estudo é outro problema para quem tem TDAH. Normalmente quem sofre de TDAH
não consegue lidar como tempo. Primeiro porque o tempo passa muito rápido para
quem sofre do transtorno caso esteja fazendo algo que lhe dê prazer. Segundo
porque um minuto há de parecer um século se estiver fazendo algo que não goste.
Isso, então, implica na “transferência” do que deverá ser feito. Ou seja, é
comum que, para quem sofre com o TDAH, sempre deixar as tarefas escolares para
outro momento. E faço um aparte: se essa atitude afeta todas as pessoas,
imaginem para quem tem dificuldade em aprender.
O resultado desse adiamento se apóia em que os
estudos serão deixados, “sempre” para a última hora (quando a medicação já
perdeu o efeito ou quando a criança já
está muito cansada).
Tudo isso colabora para que se fomente uma ansiedade
muito grande no dia da avaliação porque, só aí é que a criança vai conscientizar
da necessidade do tempo (exato e necessário) de estudo.
Para quem sofre com o
TDAH a rotina é fundamental. Então para evitar a “transferência”, podemos
elaborar algumas estratégias que designo como “tempo misto”. Se por um
lado já se tem um trabalho básico diário para os estudos (acompanhamento das atividades
diárias. Complementar e completar as tarefas diárias) por outro se deve
estabelecer de forma proporcional e com atenção específica a preparação dos
estudos para as avaliações.
Como? Elaborando pequenas avaliações com base nos
estudos de classe onde a criança poça realizá-las sem que se sinta
demasiadamente controlada e vigiada (poderá fazer com consulta, com pesquisa na
internet,...) considerando sempre o tempo determinado para essa tarefa.
Uma atividade que estimula quem tem TDAH é a gincana (competição recreativa), onde cada questão terá
um tempo para ser realizada não esquecendo de que a criança terá todas as ferramentas
disponíveis para realizar cada questão (tarefa).
É importante
saber quando será a avaliação e para isso já temos “o calendário bem
detalhado sobre as avaliações”. Assim:
·
Planejamento para que se
inicie os estudos (de forma organizada) pelo menos 3 dias antes de uma
avaliação.
· O tempo não poderá ser o
mesmo (ou logo após) que as atividades diárias. Esse é um tempo de estudo que
poderá ser entre 8 e 9h da noite (ou antes de dormir).
· Respeitar o planejamento
das atividades diárias com as preparatórias para as avaliações. Deve-se
estabelecer um tempo para o descanso e as atividades lúdicas espontâneas da
criança para que não se torne uma forma de tortura (só estudar, estudar,
estudar...).
Local adequado para estudar em casa. |
· Ter um local específico
na casa para os estudos para que se evite a distração (sem televisão, celular,
tablet, computador, videogame ou outro brinquedo qualquer). Dê preferência para
uma sala de estudos.
Ao se abordar uma determinada matéria (conteúdo/assunto),
puramente teórica como história, geografia, Cultura, Ciências (em alguns tópicos),
o planejamento será diferente daquelas mais práticas como a matemática, mas,
independentemente disso, sempre há uma série de recomendações básicas.
Outra estratégia é abordar as informações dos
conteúdos por meio de exemplos e atividades que estejam diretamente relacionadas
com a vivência do dia a dia, pois para quem tem TDAH, a abstrair é uma tarefa muito
complexa.
Perguntar a criança sobre determinada informação sobre
o assunto e fazer com que participe da conceituação do mesmo.
Permitir que a conceituação seja feita por muitas
vozes (colegas de classe), pois assim quem sofre com o TDAH se sentirá membro
ativo da classe.
Considero que essa última estratégia seja a
recomendação mais importante para a educação do século XXI e que todos os
orientadores escolares deveriam ter presente em seu planejamento. Como estudar
para todas as avaliações se uma acontece na segunda, duas na terça, uma na quarta-feira
e assim sucessivamente.
Depois
disso tudo, qual seria a melhor hora para se realizar uma avaliação?
Uns
apostam ser no primeiro período escolar por ser a hora que as crianças estão
mais descansadas e com mais energia para realizar a avaliação. Outro aspecto
favorável a esse horário é a questão da ansiedade que se cria em relação à
avaliação. Normalmente, quando a criança chega à escola há muitos comentários
em relação à avaliação e isso gera uma ansiedade muito grande na criança com
TDAH. Sendo então realizada no primeiro turno (horário) a criança com TDAH não
transferirá sua ansiedade para as aulas (períodos) subsequentes.
Por outro lado, há os que defendem que
sendo no primeiro período algumas crianças ainda não estejam bem despertas, ou
que a medicação ainda não fez o efeito desejado. Alegam ser difícil chegar ao
colégio e, ao invés de seguir a rotina habitual, já ter que realizar uma
avaliação. Assim, alguns estudos apontam que o melhor período é após o recreio,
quando a criança já tenha podido fazer um lanche, já tenham realizado alguma
tarefa escolar e, por conseguinte já estejam mais relaxados e mais dispostos
uma vez que a execução de algumas atividades, principalmente uma atividade
física ative o seu metabolismo (endorfinas) que auxiliam no processamento das
sinapses cerebrais.
Essa duas hipóteses levam ao professor ou
à equipe multidisciplinar a considerar sobre a medicação utilizada por quem
sofre com o TDAH. Caso seja uma que o efeito esperado demore cerca de uma hora
para atingir o efeito pleno, o melhor horário é após o recreio. Em contraponto,
se a medicação é a que dura cerca de oito horas não se aconselha realizar as
avaliações nesse período, mas sim no primeiro horário.
Então, como vimos, há muito que
considerar e cada vez mais o binômio escola/família trabalhar em conjunto se
torna imprescindível para o sucesso da criança quando em período de avaliação
escolar.
Resumidamente podemos concluir que:
-A criança com TDAH tem muita dificuldade de
demonstrar todo o seu conhecimento numa
avaliação e atingir um resultado surpreendente, por mais que esteja preparado.
-Nem sempre haverá uma fórmula mágica na
metodologia ou na adaptação metodológica na escola para atingir todo o universo
dos estudantes.
- Tem-se que distinguirem
muito bem quais são as dificuldades individuais da criança para que se busque a
melhor maneira de superá-las.
- E finalmente, não te
preocupes com a questão de aprender ou dominar todas as estratégias
necessárias, porque o universo da criança é muito amplo e plástico. O que
funciona hoje, poderá não funcionar amanhã e assim sucessivamente. No universo
do TDAH há que se estudar muito ainda.
Flávia Inês Moroni
Bartelli
Professora/psicopedagoga
Estudar
é o melhor caminho!
TENHO DOIS ALUNOS,NO 1 SERIE DO ENSINO MEDIO, DIAGNOSTICADOS COM TDAH E OS PROFESSORES NAO SABEM COMO OS AVALIAR. COMO DEVEMOS AJUDAR ESSES ALUNOS? QUE TIPO DE AVALIACAO PODEREMOS USAR?
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