Ensinar a administrar as frustrações
Ainda que pareça simples e provavelmente o que mais nos
frustre seja o fato de não sermos dono das emoções dos outros e, por
conseguinte não conseguimos evitar as frustrações das crianças inerentes em
nosso dia a dia.
Se evitarmos constantemente situações conflitantes,
frustrantes, ou até mesmo desagradáveis do dia a dia poderemos estar
desenvolvendo na criança um comportamento que a ela nada contribuirá para seu
futuro.
A superproteção deixa a criança sem as ferramentas
necessárias e sem os recursos próprios para enfrentar o fracasso, já que essa
atitude permite que a criança consiga sempre o que quer e elas não vivenciam
experiências negativas e tampouco aprendem a enfrentá-las.
Instruir a gerenciar a frustração é uma tarefa complicada,
tanto em casa como em classe, entretanto necessária.
O objetivo final é educar tanto aos filhos como aos alunos a
serem felizes e para isso é necessário saber enfrentar os erros, os conflitos e
aprender com eles.
Como então poderíamos delinear uma sequência de estratégias
para tal caminho?
1.
Renomear
os fracassos. Se não falarmos nos fracassos, mas falarmos em estabelecer novos
objetivos, todas as expectativas que não se concretizam como o esperado
torna-se uma nova oportunidade de aprendizagem. O importante é dar-se conta de
onde e por que houve o “equívoco” para que não ocorra novamente e se torne uma prática
nova.
2.
A
competição não é o caminho do sucesso no século XXI. O importante é
potencializar as atividades cooperativas quer em casa, quer na escola. O ganhar
não poderá ser a principal motivação. Os valores que devemos cultivar são muito
maiores e desta forma se tornarão mais construtivos e positivos, tanto para as
crianças como para a sociedade que irão construir. Entretanto é importante que
se incluam nas atividades diárias jogos competitivos para que aprendam a ganhar
e a perder e a partir disso aprendam a respeitar o outro.
3.
Deixar
que cada um viva suas próprias frustrações. Procurar, dentro da medida do risco
possível não interromper quando a criança está a ponto de equivocar-se uma vez
que deve fazê-lo para que aprenda com os próprios erros, primeiramente.
Partindo desse pressuposto estar-se-á fomentando sua iniciativa pessoal, sua
autonomia ao tomar decisões evitando que tenham medo de fazer coisas por si
próprias.
4.
Delimitar
objetivos razoáveis no dia a dia, mas que exijam esforço e que sejam realizáveis.
Por isso devem-se ter claros os objetivos e adaptá-los a idade adequada
confiando assim que atinjam esse objetivo e que se não o atingirem possam
estipular novas estratégias ou novos objetivos. O importante é não abandonar no
primeiro obstáculo.
5.
E
finalmente proporcionar um feedback
dialogando sobre como estão se sentindo a respeito de seus sucessos e de
seus fracassos. Para isso é necessário que se estabeleça uma linha de confiança
e apoio primeiramente.
Ø Emoções e sentimentos são sentimentos
vividos individualmente. Deve-se ter a consciência de que cada um “sente”
diferentemente do outro.
Ø Desenho de emoções. Esse é um recurso
– jogo- que consistem em expressar-se
através de quatro situações manifestadas através de desenhos (raiva – medo –
alegria – tristeza).
Ø A máscara do (...). Esse recurso _
jogo_ consiste em se ter uma máscara e vesti-la para expressarmos nossos sentimentos
diante de uma determinada situação. Falar sobre nossos sentimentos e problemas
faz com que eles pareçam menores ou mais fáceis de resolver.
*¹ Essas atividades poderão ser realizadas tanto por pais
como por professores orientadores diante de um conflito.
Flavia Inês Moroni Bartelli
Psicopedagoga.
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