Educar para a Tolerância à Frustração
A frustração é um sentimento que engloba sensações de
desilusão, tristeza, decepção, desespero e ainda o de desgosto e a raiva que
aparecem diante da impossibilidade de alcançar um desejo ou uma necessidade.
É um tipo de resposta emocional que surge como resultado
de um conflito psicológico fruto, de uma decepção que não tenha sido bem
gerenciada.
A frustração é uma resposta emocional natural, que faz
parte de nosso repertório diário de afazeres. Entretanto se não a gerenciamos de
maneira adequada, se não conseguimos tolerar certos graus de frustrações
pode-se sofrer consequências deveras negativas nas atividades diária e consequentemente ao longo da vida.
Por tudo Isso se torna imprescindível que estejamos
preparados para lidar com as frustrações; ser-se tolerante com nossas
incapacidades e otimistas com o futuro.
Para tanto é importante que entendamos o porquê a
frustração se faz presente em nossa vida. Por que ela “aparece”.
Como já foi expresso, a frustração é uma condição
emocional a partir de uma desilusão, de uma decepção e ela se manifestará de
diferentes maneiras dependendo da pessoa e de suas causas. Algumas pessoas se
sentem frustradas diante de determinada situação que podem passar despercebidas
por outras.
Assim pode-se afirmar que a frustração e sua forma de
lidar com ela vêm determinadas por meio do desenvolvimento de cada pessoa. É afirmar
que pelas experiências vividas na infância e na adolescência é que se
determinará a forma de conduzi-las na adultez.
As diferentes situações de frustração fazem com que
aprendamos para a vida toda; é uma espécie de treinamento que nos tornar mais
vulneráveis ou mais fortes diante delas.
As experiências pelas quais passamos e por quais nos
colocamos, independentemente do seu sucesso ou fracasso. Também pode determinar
o nível de frustração pelo qual se sofre. Mas estas também estão diretamente
ligadas às vivenciadas na infância e na adolescência __fase da formação de nossa
identidade e caráter.
Essas experiências são o ponto chave para conseguirmos
lidar com frustrações naturais que acontecem no dia a dia e no decorrer dos
anos.
Como podemos lidar com a frustração educando-nos para lidar com ela sem muito sofrimento?
Como ela aparece sob diferentes situações, a diferença
para que uma ou outra experiência se torne alvo da frustração não está na
situação em si, mas na maneira como a pessoa vai lidar com ela. A maneira como
a pessoa interpreta e como ela se sente.
Enquanto educadora e mãe é fundamental educar os filhos e
prepará-los para enfrentar frustrações, pois assim estaremos ensinando-os a
lidar e tolerá-las.
Sabe-se que não se pode evitar situações que geram
frustrações ou decepções; é como mostrar
que não se pode alcançar o êxito se esse
não vier no momento desejado, que o êxito não faz parte de uma luta diária,
árdua e conflitante. É como afirmar que
não se aprende com os erros independentemente se são nossos ou alheios, pois
também se aprende com o erro alheio.
Então o que se pode fazer é compreender e não deixar que
a frustração tome conta de nosso ser e que por meio das frustrações diárias ou
perpétuas sejamos capazes de avançar, de não esmorecer para a vida.
Como, então, trabalhar a frustração na criança e no adolescente?
Ø
Primeiramente
jamais evitar desilusões ou as decepções. Não se trata, entretanto de criar
situações que frustrem ou decepcionem, mas sim deixar que elas aconteçam
naturalmente, pois assim aprendem a desenvolver estratégias de tolerância para
essas emoções e de como administrá-las.
Ø
Estar
sempre acompanhando a criança e em lugar de evitar a frustração ou a decepção,
manter um canal aberto para que falem sobre esses momentos, deixar que
expressem seus sentimentos e as sensações que a frustração lhes propõe.
Ø
Mostrar
que a frustração é algo natural e frequente, e que tem que ser enfrentada.
Ø
Não
se pode encontrar a solução para a frustração do outro; se agirmos por ele não se
está favorecendo o desenvolvimento de estratégias de tolerância à frustração.
Ø
E
acima de tudo ter muito cuidado com a superproteção, pois essa fragiliza; torna
o ser vulnerável a mais simples experiência
não exitosa que lhe incidir.
Flávia Inês Moroni Bartelli
Psicopedagoga
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